quarta-feira, 27 de agosto de 2008

RESENHA: THE DARK SIDE OF THE MOON

Em meio aos anos de 1960, uma des-organização de jovens talentosos afinavam-se numa multiplicidade de alternativas culturais, como o consumo alucinado de drogas e a revolução sexual. Os Estados Unidos, a contracultura da Costa Oeste, Bob Dylan, os beats eram as principais influências, assim radicalizavam na oposição à guerra do Vietnã.

A música era o canal de expressão dessa juventude, os grupos de rock se incumbiam de desenvolver eventos coletivos surgindo uma nova cultura urbana. Esse movimento de jovens londrinos ficou conhecido como “underground”, ou seja, subterrâneo. Entre as dezenas de bandas existentes, poucas conseguiram atravessar as barreiras e atingir o pico: o sucesso. O Pink Floyd foi uma delas.

Composto por jovens universitários de mente musical variada, a banda nasceu em Cambridge, em meados dos anos de 1960. Emplacou o primeiro disco, The Piper at the Gates Of Down, seguido de outros. Então no longínquo ano de 1973, Roger Waters (baixo e vocal), Dave Gilmour (guitarras e vocal) Richard Wright (teclados e vocal) e Nick Mason (bateria) se fecharam no Abbey Road Studios, em Londres para registrar The Dark Side Of The Moon.

Disco esse, que se transformou em peça fundamental de culto e experimentalismo, isso em diversos processos sonoros, bem como o sistema quadrafônico de som. Ou seja, pegue um aparelho de som que possui quatro caixas coloque-as uma em cada canto da sala. Sente-se no meio e perceberá que há milhões de sonoridades diferentes neste álbum.

Coisas alucinantes. Então vamos lá. A canção, On The Run é um treinamento de reflexão pessoal, além disso, para algumas pessoas transmite paz interior, bem como conta com um fabuloso sintetizador VCS3, ou seja instrumento que emite muitas variações sonoras.

A conhecidíssima caixa registradora que consta na introdução de Money, é, realmente, algo fantástico, já que Roger Water gravou esses sons jogando moedas em caixa de alumínio, depois complementou com sampler. Money é uma obra-prima muito sofisticada, uma vez que o conceito de música eletro/acústica foi aplicado em sua abertura. Nesta canção, a linha de baixo executada por Waters, tem um tempo 7/4, ou seja, algo totalmente irreal para a época. No solo de guitarra, desta canção, o tempo muda transformando-se em 4/4, mas depois retorna novamente para a mesma marcação.

O que falar da lendária música Time, com seus relógios na abertura. E, do bit que marca, a passagem de entrada (além da virada de bateria de extremo bom gosto) para iniciar à canção. Sinceramente, o solo de guitarra dessa música é uma das coisas mais marcantes que escutei, ele foi concebido em apenas um take de gravação. Genial também é a inserção da bela linha melódica cantada no refrão por Wright.

O vocalize, técnica de canto que consiste em entoar melodias com diversos vocais sem o uso de palavras, foi um recurso colocado de maneira delirante na canção The Great Gig in the Sky. Enquanto que à belíssima melodia de Breathe mostra que não há necessidade de grandes equipamentos ou efeitos para se fazer boa música, mas, às vezes, de poucos acordes.

Indico que coloque o disco e aperte o play. Se não tiver, pirateie, pegue emprestado ou compre. Na verdade, é uma coleção de músicas fantásticas e melodiosas. Fica na mente mesmo depois de ter escutado. Compartilho da opinião que este álbum é o primeiro passo para os iniciantes em Floyd.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah! Essa é a minha praia....adooooro o Pink Floyd, tenho esse disco e outros da banda. Se hoje em dia quem ouve gosta, imagine realmente o que não foi a décadas atrás para a juventude da época. E aí vem a lembrança de uma galera, da louca da Janis Joplin, do som alucinante do Led Zeppelin, do Neil Youg com seu rock classico, do Black Sabbath, do insuperável Fred Mercury do Queen, a língua alucinante do Mick Jagger do Rolling Stones, do lindão e doidão do Kurt Cobain e seu Nirvana, do energizado Axl Rose do Guns N' Roses, o The Cure, o The Doors.......ah é tanta gente louca e boa e cada som....realmente inesquecíveis.
Da sua turma do reggae curto muito o Bob Marley, Peter Tosh , Jimmy Cliff.....ah tem mais sim...
Pois é Neri, gostei desse revival, acho que vou até ouvir o The Dark Side Of The Moon e ver se consigo assimilar tudo que fala na resenha, rsrs .
Valeu,
bj Sil

Nerivaldo Góes disse...

Olá Sil!!

Gostei dessas lembranças! Fico muito feliz em saber, a sua opinião, sobre a resenha, pois, sei que você tem muita maestria “auditiva” para falar sobre eles. Valeu, também, pelas dicas, com certeza, na medida do possível, falarei sobre essas bandas, artistas e cantores (a) que tanto embala muitos momentos das nossas vidas.

Bjs e abração!

Neri