segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Clécia Queiroz na Varanda do Sesi

A cantora Clécia Queiroz fará shows nos sábados do mês de novembro na Varanda do Sesi, sempre às 22h.

As apresentações que tem encantado o público - mistura o samba da Bahia com ritmos afro-brasileiros e une tradição à modernidade poética sofisticada de compositores como Roque Ferreira, Roberto Mendes, Jorge Portugal, Wálter Queiroz e Dorival Caymmi.

Performática, Clécia traz humor ao seu trabalho e improvisa com a platéia, que se diverte cantando e fazendo versos com ela. A direção musical do show é de Dudu Reis, cavaquinho, acompanha ainda a artista Gilson Verde (violão 7 cordas), Cachoeira e Sebastian Notini (percussão), Franklin Araújo (sax), além das dançarinas Edeise Gomes e Laís Rocha.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mexe-Up Ayê movimenta Cidade Baixa

Dia 28 de julho, quinta-feira, às 18h, acontece o projeto piloto Mexe-Up Ayê, no Espaço Cultural SESI. O evento consiste em apresentar diversas manifestações autorais: música, dança, poesia, performances, exposições e intervenções teatrais, criando trocas artísticas instigantes.

A localização do evento é fator determinante para a construção da proposta, pois a ocupação artística efervescente vem para desafiar e transpor barreiras sociais e estéticas. Sincretismo, experimentação, desterritorialização e multiplicidade em busca de originalidade são a tônica do evento, marcado pela presença de artistas alinhados com o desejo de rebuliço.

Nesta edição, o cantor, compositor e produtor musical Daniel Mã, atua como uma espécie de “anfitrião” convidando outros artistas para interagir com o ambiente cultural local. Em seu novo projeto musical 1B2, Mã parte para um diálogo entre o retrô e o moderno, combinando as sínteses criativas de seu caráter multicultural.

Mexe-Up Ayê inaugura a nova grade de atividades culturais do segundo semestre do Espaço Cultural SESI - Itapagipe, na Cidade Baixa, tendo como proposta realizar sempre um encontro mensal de troca artística. Confira abaixo a programação do projeto piloto.

MAIS INFORMAÇÕES:

O QUÊ – Mexe-Up Ayê

QUANDO – Dia 28 de julho, quinta-feira, às 18hs

ONDE – Espaço Cultural SESI - Telefone – (71) 3254-9926

Endereço Av. Tiradentes, 209, Caminho de Areia

Em frente ao Largo do Papagaio.

QUANTO - Gratuito

PROGRAMAÇÃO:

Instalações:

Artes plásticas - Krica Limoeiro - Marcelo Gato

Grafite - Chaw e Wall

Moda - Diane Lima

18h00 - Abertura

18h15 - A poesia de Ceci Ramos;

18h40 - Intervenção de Discotecagem;

19h10 - “Passos de Dança” e “Balé e Arte”;

19h20 - A poesia de Juracy Tavares;

19h30 - Daniel Mã e o 1B2;

20h30 - Roda de Samba de Itapagipe convida:

Novos e reconhecidos compositores para apresentar suas novas canções autorais.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Entrevista: Prestação de serviço a música

Como toda natureza vasta, diversificada, de grande atuação, a música corta dos dois lados, talvez como uma ‘faca de dois gumes’ só que no quesito: silêncio barulho. Ela também reflete estilos e uma sucessão de músicos amadurece e emprega a fina sofisticação de suas influencias no que fazem. “Abrazzo, Pedaços Coloridos”, primeiro trabalho autoral do baixista e compositor Tiago Aziz, reflete isso sonoramente. O disco se distancia dos arranjos, grooves e pegadas já estilizadas da linguagem da música atual e ainda traz importantes nomes da cena baiana: Luiz Caldas, Caveira, Ronei Jorge, Edbrás, Emanuel Venâncio, Duda e Martin (Pitty), Nancy Viégas, Bola, Jorge King Cobra, Cezar Vieira (brincando de deus), Candido Martinez (Theatro de Seraphim) e Jhuly. Nesta entrevista, ao blog Noite Ponto Som, Tiago Aziz destaca que este trabalho passa pelas várias fases de sua carreira. E, um dos motivos, que o levou a esta empreitada foi agregar novas influências a sua formação musical. Atuante na cena baiana, tocou na Inkoma, antiga banda da famosa Pitty, ele relembra porque indicou outro baixista para acompanhar a artista. Como muitos colegas de sua geração musical, teve “vida de cigano” e conheceu muitas cidades do Brasil, por meio da música. O álbum conta com fotos de Sora Maia. A parte gráfica foi idealizada pelo conceituado cartunista e irmão do músico, Bruno Aziz. Confira à entrevista.

NOITE PONTO SOM - Quando se deu seu envolvimento com a música? Poderia relembrar fatos de sua trajetória?

TIAGO AZIZ -
Comecei por influência do meu pai, sempre ouvia - o tocando nas altas horas da noite, muito Chico Buarque, Vinícius de Moraes dentre outros. O Cara arrebentava nos acordes, principalmente, da Música Popular Brasileira (MPB). Foi ele que me ensinou a ouvir Raul, Beatles, Gonzagão, Dalto, Tim Maia, Stevie Wonder, Jackson Five e por aí vai. No prédio em que eu morava, todos os meus amigos de infância tocavam um pouquinho de teclado, então, ficávamos disputando quem tocava mais melodias. Eu ganhei um teclado aos 9 anos. Alguns anos depois, passei a tocar violão com a galera do Jardim Madalena, no bairro de Brotas, onde fui morar com meus avós, não conseguia fazer uma pestana, então, comecei a fazer os baixos. Tocávamos Raul, Legião, Faith no More, Dead Kennedys etc. Toda semana a gente comprava aquelas revistinhas com os maiores sucessos. Nesta época, já curtia Skate, Rock, Playboy, Fritz the Cat, Revistas Circo e Ranxerox. Meu tio, o Dj Roger´n Roll e seus amigos Secão, Ró, Roger Branco sempre trocavam uma idéia sobre Rock, Surf etc. Quando eles saíam do quarto eu e meu irmão saía revirando tudo!!! Filmes, revistas, discos e outras coisitas. Tony Lopes também morava no mesmo prédio e tocava bateria no Guerra Fria, sempre ouvia os ensaios, foi Tony quem me deu um vinil do Public Enemy, até hoje trocamos idéias sobre som. Eu andava com uma galera punk da Baixa do Tubo. Com um amigo, Fábio Boa Morte, íamos, pros encontros dos punks no Passeio Público, e aos shows da Piedade. Vi shows do Antropophobia e várias outras bandas, mas a minha preferida era o Azucrinação, banda, grind do Morcego, que anos depois seria um grande amigo. Aos 14 vendi meu teclado e minha mãe deu uma força. Comprei meu primeiro contrabaixo, fiz som com uns skatistas que moravam no Condomínio Vale das Flores, formamos a Skater Medians, nessa época já conhecia o Dj Mauro TelefunkSoul. Em 1994 recebi o telefonema de Alexandre Maluquinho, para tocar com ele e Caveira no Lisergia. Foi aí que começou a espiral aventura de ser músico.

NOITE PONTO SOM – A música sempre esteve presente na sua vida. Porém, o que mais instigou nessa escolha?

TIAGO AZIZ -
Pra mim, em primeiro lugar, sempre foi à música, além da possibilidade de dialogar e de aprender com outras pessoas. E, de estar na estrada, conheço várias cidades do Brasil.

NOITE PONTO SOM – Quais bandas mais te impressionaram?

TIAGO AZIZ -
Ao vivo, curti bastante o som de Morcego, no Azucrinação e também alguns shows da banda Úteros em Fúria. Mas nos vídeos e vinis, sem dúvida Michael Jackson. Olodum também, o primeiro disco dos caras falava sobre valorização da raça negra, achava aquilo o máximo, aquelas histórias dos faraós, ficava viajando. Curti muito som punk, Dead Kennedys, Bad Brains.... Curti o Red Hot e muitas bandas dos anos 90. Public Enemy, Beastie Boys, Suicidal Tendencies entre outras. Sou fã de Frank Zappa, mas hoje o que me emociona mais ainda são as obras de Vinícius e Tom Jobim.

NOITE PONTO SOM - Como concilia a vida de professor com a de músico?

TIAGO AZIZ -
Hoje está mais tranqüilo, pois estou tocando bem menos que antes. Mas sempre foi correndo de um lado pro outro, com meu contrabaixo nas mãos. Hoje, dou aulas de música e produção de texto na Fundação Cidade Mãe. Trabalho com jovens em situação de risco. No palco ou fora dele sempre procuro passar uma mensagem de paz e esperança, de reflexão.

NOITE PONTO SOM - A seu ver, quais são as dificuldades para realizar shows em Salvador?

TIAGO AZIZ -
O mesmo de sempre: falta de espaço. Nos anos 90, tínhamos alguns festivais que possibilitavam que várias bandas mostrassem o seu trabalho.

NOITE PONTO SOM - Atualmente, no campo do rock de Salvador o que te agrada?

TIAGO AZIZ -
Pra mim fica difícil responder por que não tenho acompanhado muita coisa, mas gostei muito do show da Cissa Guimarães, se é que isso é rock!!! hehehehe

NOITE PONTO SOM - Qual a finalidade da promoção do seu disco solo. Fale um pouco sobre ele?

TIAGO AZIZ –
Abrazzo - Pedaços Coloridos, o disco é uma síntese da minha carreira até 2010. Minhas influências artísticas estão ali representadas. Toquei com muitos grupos daqui de Salvador, mas desde o Lisegia, Tritor e o Álbum de Nancyta e os Grazzers que não realizava trabalhos autorais, então, pra mim foi este o momento de poder retribuir a todos os meus familiares, amigos, parceiros de trabalho e fãs, um pouco do que eu gosto de ouvir e de tocar.

NOITE PONTO SOM – Quantas faixas possui o disco Abrazzo – Pedaços Coloridos e quais convidados participaram deste trabalho?

TIAGO AZIZ -
O disco possui 10 faixas, foi produzido em parceria com o produtor, guitarrista e amigo Apú Tude. Gravado no Estúdio Em Transe, do meu amigo e músico Vandex. Tem a participação de Luiz Caldas, Caveira (Lisergia e Tritor), Ronei Jorge, Edbrás (Zambotronic), Emanuel Venâncio, Duda e Martin (Pitty), Nancy Viégas, Bola, Jorge King Cobra, Cezar Vieira (brincando de deus), Candido Martinez (Theatro de Seraphim), minha amiga Jhuly, entre outros. A parte gráfica é do meu irmão e cartunista Bruno Aziz. As fotos de divulgação são da minha querida Sora Maia.

NOITE PONTO SOM – Quando pretende divulgar o disco e quando ocorrerá show de lançamento?

TIAGO AZIZ -
Tenho divulgado pela net, no myspace, este ano pretendo fazer o show de lançamento, pra fazer uma festinha pra minha galera. Tenho procurado algumas casas de show, mas não obtive resposta, acho que não sou mais pop.

NOITE PONTO SOM - O disco só poderá ser baixado pela internet?

TIAGO AZIZ -
Pretendo fazer algumas cópias pra serem adquiridas também.

NOITE PONTO SOM - Como avalia a cena roker de Salvador?

TIAGO AZIZ -
Apesar de não está freqüentando muito a cena, creio que ela continua sendo isolada, onde cada um defende o seu próprio espaço.

NOITE PONTO SOM – Quais são os entraves?

TIAGO AZIZ -
A música é o que menos importa o que vale são números e interesses pessoais.

NOITE PONTO SOM - Como define o tipo de música que faz?

TIAGO AZIZ -
Música Psicodélica Brasileira. É difícil porque estou sempre em mutação, investigando e agregando influências à minha formação musical.

NOITE PONTO SOM – Você foi um dos fundadores da banda Lisergia, recentemente, houve show. Estão realizando algum disco ou projeto para ser lançando posteriormente.

TIAGO AZIZ -
Por enquanto não. Tentamos uma volta, mas não foi desta vez. Tenho falado sempre com todos os integrantes, se for de um dia voltarmos, voltaremos sim.

NOITE PONTO SOM – Qual (is) mudança (s) na cena musical poderia destacar quando tocava com a Lisergia com a atual?

TIAGO AZIZ -
No passado, fazíamos toda a produção do show junto com nossas bandas parceiras, Dois Sapos e Meio, Injúria, Bosta Rala etc. Alugávamos o som, o espaço, vendíamos cerveja, colávamos cartazes e tudo o que rendia era dividido meio a meio, tanto lucros quanto prejuízos. Não tínhamos aquela pretensão de estar lançando outras bandas, até porque muitas delas já movimentavam uma cena.

NOITE PONTO SOM - Lembro que Nicolau Rios estava sempre trabalhando nos shows da Lisergia e da Dois Sapos e Meio. Ele era produtor de vocês?

TIAGO AZIZ -
Nicolau não era nosso produtor. Sempre foi uma pessoa que ajudou bastante o Lisergia e outros grupos, com seu som “animal” e sua produções. Por tratar-se de uma pessoa mais experiente nos ensinou muita coisa naquela época, além de ser uma figuraça!!!

NOITE PONTO SOM - Você passou por muitas bandas, inclusive, integrou a banda Inkoma de Pitty, antes dela ficar famosa. O que houve que não seguiu tocando com a artista?

TIAGO AZIZ -
Sim, toquei um ano e meio na Inkoma. Recebi o convite pra tocar com ela, mas tava fazendo faculdade e não tive apoio da minha família pra largar as coisas e ir morar no Rio, na época não tinha muitas informações do que seria também. Falei muito com a galera pra chamar o Joe, que estava morando no estúdio de Duda. Ele é a cara da banda.

NOITE PONTO SOM - Com sua experiência no meio musical, quais conselhos passaria para o aspirante a músico?

TIAGO AZIZ -
Primeiro estudar bastante, depois vem aquela coisa de Sexo, Drogas e Rock ´n Roll!!!! Ah! e procure sempre andar com as pessoas iluminadas!!!

NOITE PONTO SOM - Como analisa a música de hoje, em que a tecnologia meio que “fabrica” alguns músicos que têm na internet sua única fonte de criação?

TIAGO AZIZ -
É bem diferente de antes, quando as gravações tinham custos muito altos. Hoje muito material é produzido, muita coisa boa e também muita coisa que é esquecida em semanas. O importante é estar sempre produzindo e aprendendo com os próprios erros. A internet tem possibilitado a nós músicos independentes, muita coisa boa, em termos de divulgação, estudo etc.

NOITE PONTO SOM - Quais são seus próximos projetos?

TIAGO AZIZ -
Quero fazer o lançamento do Abrazzo-Pedaços Coloridos. Estou articulando a gravação do meu próximo disco, pois já tenho novas composições feitas e quero ter mais um filho, por enquanto estou só ensaiando. Muito Obrigado e uma abrazzzzooooo pra você meu amigo e a todos os acompanhantes do blog!!!!

Crédito de fotos – Sora Maia
Arte gráfica do disco – Bruno Aziz
Myspace - www.myspace.com/tiagoaziz