segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O fraseado flexível, a interpretação rígida

O jazz surgiu nas colheitas de algodão afro-americanas, nos guetos negros e em bordéis baratos de New Orleans, nos Estados Unidos. Desenvolvido nessas comunidades tornou-se uma referência inovadora no modo de desenvolver características de tocabilidade para a música. Já que incorporou regras irreais. Como os conceitos de polirritmia avançada, síncopes, improvisações, notas com swing e perguntas e respostas fixadas em inúmeras canções.

Alguns pesquisadores afirmam que as origens do nome jazz são incertas. Uma vez que haviam duas palavras dialetais, jasm e gism, que siginificavam velocidade e energia aplicados ao esporte e à execução musical. Apesar da difusão do emprego desses dois nomes pelo território americano, eles foram sofrendo mutação. E no início do século XIX, a palavra jass, já aparecia com seu primitivo significado representando o gênero. O nome atual (jazz), mais adaptada à origem da Língua Portuguesa, surgiu em Nova Iorque, no ano de 1917.

O aspecto básico da melodia jazzística é o fato desta surgir do instrumento e não da teoria. No jazz, o próprio músico elabora a sua técnica, da maneira que melhor achar necessário, passando sua informação musical do modo que sente a música, ao contrário, da música erudita, que limita a contribuição do músico.

O jazz é distinto da música erudita nos seguintes pontos básicos: a) compromisso especial com a marcação de tempo, caracterizado em grande parte pela regra do ritmo, b) pela vibração, espontaneidade e vitalidade de sua criação e execução instrumental, onde a improvisão ocupa papel central de extremo fundamento, c) pelo seu fraseado e som, que mostra, principalmente a contribuição pessoal do instrumentista na música.

Esses elementos podem atuar alternadamente ou concomitante com maior ou menor intensidade, isso nos mais diversos estilos do jazz. Já que muitos músicos fraseiam e improvisam com o sotaque jazzistico, sem que com isso deixem de fazer música comercial. Enquanto outros, se tornam autênticos instrumentistas do gênero, usando apenas um desses pontos básicos citado acima.

A música erudita, ao contrário do jazz, não é algo onde se pode alterar arbitrariamente ritmos, notas e tempos a partir da idéia ou capricho da opinião do intérprete. Já que possui conceitos e técnicas especificas no seu modo de execução. O músico-intérprete, quando toca música erudita, estar obedecendo as regras do compositor de combinar idéias sonoras, conhecimento de harmonia, escalas, fraseados técnicos e emoção. Passando apenas as orientações rígidas da partitura, no intuito de transmitir o sentimento do compositor para o ouvinte. No jazz a questão volta-se para a liberdade, para a necessidade de exprimir a música, por meio da maneira subjetiva de fazer arte. Ocorre exatamente o contrário. E quando o músico de jazz interpreta uma canção, ele não tem o objetivo de transmitir o sentimento do compositor e sim, o seu. Dessa forma provoca novas alterações e sensações que nem sempre coincidem com as idéias do criador da música. Ah, pensando em jazz, vou ouvir o mágico disco pirata que tenho de Miles Davis, o Birth of the Cool,...fui........!

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