segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A cena e sua faceta

O tecnobrega é a música mais ouvida em Belém do Pará. A sua atual divulgação se reflete no avanço e na relação com que este estilo flerta com a tecnologia. Assim é muito interessante avaliar como se dar a apropriação da tecnologia no que tange as indústrias criativas neste mercado especifico.

Esse estilo usa a tecnologia de forma habilidosa para produzir sua cena. Por exemplo, nos estúdios de periferias de Belém, muitos profissionais utilizam em seus computadores programas de edição como o Protools ou outros softwares sofisticado para fazer música. O usuário de conhecimento médio também manuseia tais programas com muita familiaridade editando com maestria em seus pequenos estúdios caseiros, as músicas que são feitas eletronicamente. Além disso, utilizam a tecnologia como forma de divulgação, trocando arquivos de conteúdos na rede virtual, ou elaborando flayes e vinhetas para TV.

Os artistas de tecnobrega produzem desenfreadamente mais música do que muitas gravadoras brasileiras. A Sony e a BMG lançam em seus catálogos três novos artistas de música popular por ano, enquanto o tecnobrega lança 400 Cds por ano.

Entretanto, se alguém for numa loja comprar um desses CDs poderá não encontrar, porque, o produto é distribuído através de acordos paralelos. Que pode ser feito pelo próprio artista com o vendedor de camelô, dessa forma, eles entregam as matrizes de seus discos para que os camelôs “distribuíam” em pontos estratégicos da cidade. Ou, então de forma On-line, via MSN que é uma ferramenta muito importante de difusão e de troca de conteúdos na internet. Um manda para o outro e esta distribuição e divulgação do disco se amplia freneticamente.

O vendedor de camelô é um alvo muito importante nesta cena do tecnobrega, já que ajuda tanto divulgando como vendendo os CDs, assim ambos os lados ganham dinheiro. E, quanto mais o artista é vendido, mas será requisitado para tocar ao vivo. Neste momento, a estrutura de produção deles, incita os próprios cantores a divulgar seus produtos. Ao final do show, muitos discos são vendidos. Eles capturam o valor presente, que é uma fonte de receita relevante e, por outro lado, não compete com os discos que são vendidos no camelô, pois, são dois mercados diferentes.

E, o mais interessante é que mesmo, que o disco esteja sendo vendido no camelô, às vezes, até por um preço mais barato, os fãs compram a música diretamente do artista. É mais caro, mas existe mercado, porque o produto é melhor fabricado, ou seja, vem com letra e encarte colorido. Enquanto que no camelô, muitas vezes, são distribuídos em capa de papel. Quanto mais disseminado o seu conteúdo, maior é a fonte de receita para eles, porque, a procura pelos shows e produtos aumentam.

A economia cresce e gera emprego para muitas pessoas que dependem destas bandas. É um fenômeno global, pois, quase sempre esses estilos musicais são consumidos pelas classes mais baixas, que estão muito próximas desse mercado, sendo a base da pirâmide social. Isso não é apenas no Brasil, mas no mundo. Já que essas cenas musicais, com seus estilos diversos, se repetem em países como Argentina e África do Sul. Para esfriar a cabeça veja esse vídeo que não tem nada de parecido com o estilo tecnobrega http://www.youtube.com/user/ianabroad

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