Em Londres, há 35 anos atrás, Bob Marley, se embrenhou no chique escritório de Chris Blackwell, proprietário do selo Island Record, em busca de uma oportunidade para gravar o disco: Catch A Fire. O também jamaicano Blackwell, ao ouvir a fita que Marley tinha em mão resolveu investir, pois, viu uma oportunidade brilhante. Dessa forma, adiantou U$ 6 mil para que ele voltasse para Jamaica e gravasse com sua banda, The Wailers.
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Chris Blackwell, que não era nada bobo, ficou com o registro inicial e assim resolveu adiantar o processo de gravação. Resultado: contratou alguns músicos de estúdio, adicionou teclados e guitarras de rock, além de fazer uma capa no formato de isqueiro Zippo. Entretanto, esse registro não chegou a ser lançado, uma vez que, ao retornar alguns meses depois Marley entregou a gravação feita com a banda The Wailers. Como manda o figurino, o álbum foi lançando e recebeu críticas positiva da cena especializada, também foi eleito como um dos melhores lançamentos daquele ano entrando assim no fechado mercado comercial.
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Catch A Fire é magnífico e representa espontaneidade, disciplina e virtuosismo dos músicos que participaram da gravação. O registro de guitarra feito por Peter Tosh não deve nada ao mais purista guitarrista de blues, já que, ele estava muito inspirado com as escalas pentatônicas, (conjunto de cinco notas muito usado no rock, blues e na música popular), utilizando-as com muita técnica nas canções, uma vez que, bends e vibratos são evidentes nos seus solos.
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O que dizer da maestria dos backing vocals de Tosh, fazendo uma sobre harmonia ao canto de Marley, pode-se perceber que isso, funciona como novas melodias, pois escute o disco, depois imagine as músicas sem os cantos. Vale lembrar, que tanto Marley quanto The Wailers, não tinham certeza de como seriam ordenado os arranjos, ou seja, tudo fluiu in natura.
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Além disso, Catch A Fire é apoiado pelas poderosas linhas de baixo de Aston Barret. A pausa é fundamental na música, algo que, Barret utilizou com maestria empregando ritmicamente muito balanço com esse recurso. Apesar, das canções possuírem poucas notas, coisa comum no gênero, às frases de Aston transmitem uma essência contagiante, sempre aparecendo com muita originalidade.
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Carlton Barret, irmão de Aston, foi também quem segurou toda a cadência do disco gravando as bases mais fundamentais e desconcertantes do gênero reggae. Ainda que seu estilo de tocar seja marcado pelas levadas simples, Carlton utilizou dinâmica nas músicas mostrando habilidade e versatilidade, já que transmitiu em Catch A Fire uma mensagem percussiva de bases de bateria rica em variações.
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O disco abre com a intensa, Concrete Jungle, que cita a desesperança dos necessitados nos desprezíveis guetos. A linha de baixo dessa canção é magnífica, possui muitas pausas, tendo pontuações precisas que transmitem a essência do reggae, ou seja, contrabaixo e bateria na “frente”. Stir It Up, possui uma introdução clássica de baixo, seus solos de guitarra com pedal wah-wah (efeito usado tanto na guitarra como no baixo, que altera sons agudos e graves) e distorção dosada imprimem o clima de blues-rock.
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O que dizer da pergunta e resposta da faixa, No More Trouble, onde eles falam “We don’t need no trouble” e oferecem a uma suposta saída “What we need is love” . O disco conta com nove faixas, tem a duração de 35m 39s. A arte gráfica da capa é de Rod Dyer e Bob Weiner. Este disco é um marco, já que, se transformou em alvo de culto, para os amantes do gênero, além disso, foi relançado em 2001, como Deluxe Edition.
Um comentário:
Aprendi muito
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