A roda musical começa, pontualmente, as seis encerrando-se às dez horas da noite, sempre às sextas-feira. O grupo de Choro ZJAP, que comanda a casa é formado por jovens senhores. Assim é possível verificar rituais musicais antigos como: afinar instrumentos sem usar aparelho eletrônico, utilizar dedal para tocar cordas graves, ajuste de som, as eternas flanelinhas e, claro, a performance dos chorões. Além de tudo isso, rolam releituras do melhor no gênero.
A idéia de movimentar às noites do centro com este tipo de música partiu do professor de percussão da Escola de música Didá, conhecido por Paulinho, um dos idealizadores. “Esse chorinho foi idéia minha. Queria fazer algo, como acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, já que aqui não tinha essa opção, então resolvi me apresentar com meu grupo”, diz o percussionista que já toca há dois anos no bar. Ele trabalha na noite como músico desde a década de 40 e, relembra que antes havia uma efervescência musical intensa no Centro, diferente dos dias atuais.
ZJAP, é uma referência a primeira letra do nome de cada músico, assim Jiló, voz e marcação, no bandolim Albério, e Zinho fazendo baixaria no violão de sete cordas, também integram o grupo. Eles fazem um som tradicional, tendo como referência grandes nomes do choro, a exemplo de Pixinguinha, Braguinha, Noel Rosa dentre outros. “Tocamos o chorinho, que é a raiz do samba, que chegou primeiro que o samba” comenta Jiló.
Como toda tradicional roda de choro, alguns já batem ponto fixo no local, já que o espaço também é aberto para músicos que queiram tocar. O ambiente não é moderno, mas tem um astral pacífico com mesas e cadeiras tanto na área interna como externa do bar. Na maioria das vezes é freqüentado por um público variado, assim pode-se encontrar desde casais de jovens senhores (a) a jovens que apreciam boa música. Quando o ZJAP toca a música Ave Maria, os mais habituados, já sabem que a apresentação chegou ao fim. Nessa hora, para os “viroteiros”, a idéia é esticar para outro local.
Se a coisa pegou? O botequim anda cheio. O dono conhecido como Dê, está muito satisfeito com a quantidade de pessoas que estão indo no espaço. “Hoje conseguimos nos manter graças aos adeptos dessa música, que tomaram gosto e aparecem”. Vale conferir à apresentação dos mocinhos.
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