segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Miles Davis: diferença no conceito sonoro

Registrar um disco para os músicos representa o mesmo desafio enfrentado por diretores de cinema e escritores, ou seja, exige-se a mesma condição de excelência e provoca as mesmas ambições de riquezas e conhecimento. Embora seja um trabalho geralmente feito em grupo, um álbum tende a ter um autor que muitas vezes pode não ser o líder da banda ou o cantor principal, mas sim o produtor.

Ao sair da banda de Charlie Parker e Dizzy Gillespie. Miles Davis juntou um grupo fantástico de músicos e com o produtor Pete Rugolo gravaram o improvisado disco Birth Of The Cool, de 1957. Esse disco é marco tanto em termo técnico musical como de som, já que Miles sempre foi aberto para arriscar e descobrir coisas novas na música. Alias, ele reconstruiu as frases musicais e clichês do vocabulário bebop, que é marcado pelo uso de melodias ágeis e velozes no modo de tocar o instrumento. E elaborou um estilo, inovando nos planos rítmico, harmônico e melódico da música.

Fora isso, o produtor Pete Rugolo incentivou Miles a usar as notas surdas de seu trompete dando um formato sonoro cool que é a influência raiz da música negra do jazz; unido o blues, gospel e os cantos de trabalhos. Passeando pela música clássica européia e ragtime, o disco Birth Of The é completamente cool. Apesar de ser diferente do estilo bebop, pelo não excesso de acordes, seus temas são complexos. Além disso, tem balanço: ouça a música Jeru.

Alguns críticos musicais entendiam que o jazz tinha que ser tradicional como o bebop, porém, Miles levou sua música para o cinema numa carreira voltada para a renovação do sotaque e colaboração musical.

Nenhum comentário: