terça-feira, 28 de julho de 2009

Entrevista – Álbum único coletivo

Muitas vezes, há quem pense que o segundo trabalho de um artista não apresenta maturidade suficiente, porque, se encontra ainda na fase embrionária do pouco tempo de estrada, da afinação no canto ou do trato com as palavras, como condições fundamentais para atestar credibilidade, isso em alguns casos, pode ser engano. Nascido em Santo Amaro da Purificação, o cantor J. Velloso alinhou-se com músicos e parceiros competentes, assim como, a uma miscelânea de ritmos musicais existentes para produzir seu segundo disco. O álbum leva o nome, J. Velloso e Os Cavaleiros de Jorge, dentre outros significados, em alusão afetiva aos parceiros de criação artística. Experiência é o que não lhe falta, uma vez que, atua há tempos, na área musical, inclusive, lançou de forma independente, seu primeiro trabalho, Aboio para um Rinoceronte, de 2004. Como compositor, suas letras estão nas vozes de artistas do porte de Gal Costa, Maria Bethânia, Daniela Mercury. Já do outro lado do palco, na figura de produtor musical, disseminou ao ouvido do público trabalhos como os de D. Edith do Prato e Vozes da Purificação, Riachão, Batatinha, Mariene de Castro. Em entrevista ao blog NOITE PONTO SOM, J. Velloso revela que compôs uma canção inédita com o mítico e importante tropicalista Jorge Mautner. O selo homônimo ao título do disco, porém, sem a grafia do nome do cantor é de sua autoria. E, se por um lado, J. tem como meta pessoal divulgar o recente disco realizando shows promocionais em diversos espaços tanto fora como em Salvador. Por outro lado, tem de administrar seu tempo nas duas produções na qual está envolvido com o selo: lançar os discos, do americano Clifton Daves, e o de valsas inéditas do rei do baião. Confira à entrevista.

NOITE PONTO SOM - Quem o incentivou a cantar?

J. VELLOSO -
Acho que quem me incentivou a cantar foi minha tia e madrinha Nicinha. Comecei a olhar a música como profissão depois que passei a ser gravado por intérpretes e por meus parceiros. Entretanto, trabalhar com música é muito prazeroso, mas a luta é grande.

NOITE PONTO SOM - Você é sobrinho de Caetano Veloso e Maria Bethânia. Com que freqüência tem contato com eles?

J. VELLOSO
- Encontro com eles quando vêm à Bahia. A Bethânia eu mostro tudo que faço e ela sempre me diz algo.

NOITE PONTO SOM - Você é compositor. A quem atribui à facilidade para compor?

J. VELLOSO -
Não sei se tenho facilidade. Meu trabalho é muito intuitivo, contudo, também gosto de compor por encomenda, principalmente, se o motivo me toca.

NOITE PONTO SOM - Com que nome da música tem vontade de compor daqui há dez anos?

J. VELLOSO -
Não sei... Talvez com algum artista jovem que ainda venha a surgir. E, eu possa lhe passar a minha experiência e ele me estimular com o olhar pra vida dos jovens e com a nova música que há de vir.

NOITE PONTO SOM - Quando compõe se prende mais na parte musical: ou às vezes precisa de uma palavrinha para encaixar o verso no acorde?

J. VELLOSO -
Meu processo é sempre ligado a palavra e as imagens que elas podem trazer dentro de uma melodia. Ultimamente, quando compõe sozinho, tenho feito letra e música juntas.

NOITE PONTO SOM - Você se considera um cara musical, ou de muita intuição por ouvir as coisas?

J. VELLOSO -
Me sinto musical por não ser músico e muito intuitivo por não ouvir muita música.

NOITE PONTO SOM - Como foi a experiência de cantar com Jorge Mautner, no carnaval?

J. VELLOSO -
Ele é incrível...Conheço Jorge Mautner da casa de Caetano faz muito tempo, mas me aproximei dele após uma ideia de minha produtora, Luzia Moraes, que é escritora e também minha mulher, de fazermos no Carnaval da Bahia, no bairro do Rio Vermelho, um arrastão com Jorge Mautner e Jorge Vercillo, o que foi maravilhoso. Nessa ocasião, eu e Jorge Mautner fizemos uma música para São Jorge, ainda inédita, que eu adoro e, logo depois, aconteceram alguns shows aqui na Bahia, uns 4 shows.

NOITE PONTO SOM - Você lançou o disco J. Velloso e Os Cavaleiros de Jorge? Fale um pouco sobre isso?

J. VELLOSO -
Lancei... É um trabalho novo, mais pop que o primeiro. Conto com participação dos meus parceiros Roberto Mendes e Roque Ferreira e também de Luciano Bahia. A direção artística é minha e de Luciano Bahia e a produção é do guitarrista Alex Mesquita. Gravei no estúdio de Alex Mesquita, aqui em Salvador, mas coloquei os vocais no estúdio da Biscoito Fino. Isso aconteceu porque Bethânia gostou do CD e lançou pelo selo da Quitanda-Biscoito Fino, neste site qualquer pessoa, pode saber mais sobre ele. O disco está à venda em todas as Livrarias Saraiva do Brasil.

NOITE PONTO SOM - Quais foram às mudanças mais substâncias em termos musicais deste segundo em relação ao primeiro: Aboio para um Rinoceronte?

J. VELLOSO -
Esse é mais leve e profissional. O primeiro é muito de reverência para coisas importantes da minha vida é um disco que eu adoro, mas esse, J. Velloso e Os Cavaleiros de Jorge, têm um olhar mais maduro, principalmente no canto. O nome do CD foi escolhido pela cumplicidade de como ele foi feito, ou seja, com a participação dos músicos e de outras pessoas, como Roney George, artista plástico, que me pediu para que eu passasse a cantar, isso tem três anos.

NOITE PONTO SOM - Quais motivos te levaram a também virar produtor musical (Selo Cavaleiros de Jorge), já que produziu discos de Batatinha, Edith do Prato dentre outros?

J. VELLOSO -
Acredito que foi o CD de Batatinha que me fez entrar nessa de produtor. E fiz isso com Paquito, cantor e compositor de rock, pois desejávamos mostrar que na Bahia há outros tipos de música sendo feita. Além disso, Batatinha era um exemplo vivo do que estávamos ou estamos perdendo em detrimento de uma música que descobriu e criou caminhos comerciais muito bem elaborados. A oportunidade de produzir discos destes artistas apareceu de um sonho e de um desejo de entrar na briga.

NOITE PONTO SOM - O selo Cavaleiros de Jorge funciona de que maneira, apenas divulga ou investe no artista?

J. VELLOSO -
Hoje os selos não têm condições de investir em artistas, isso na sua grande maioria, ou você é um produto que eles criaram e investem como donos, ou os artistas têm de ir descobrindo seus caminhos com criatividade. E o selo, Os Cavaleiros de Jorge deseja ser uma porta para que esses sonhos possam passar de um lugar invisível para outro um pouco melhor, quando no caso, é claro, o desejo seja o de ser visto.

NOITE PONTO SOM - Quem do meio musical te comove quando você escuta?

J. VELLOSO -
Adoro os tradicionais como Bethânia, Caetano, Gil, Gal, Chico.... Os novos como Lirinha do Cordel do Fogo Encantado, Lenine, Céu, Luciano Bahia, Arnaldo Antunes. Além daqueles que fizeram a música brasileira ser o que ela é, ou seja, Caymmi e Luiz Gonzaga. Gosto também da Dalva de Oliveira, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Vânia Abreu.... Além dos baianos Márcio Mello e Alexandre Leão.

NOITE PONTO SOM - Quais são seus projetos futuros, como cantor e produtor?

J. VELLOSO -
Como cantor é o de divulgar meu disco novo fazendo shows e lançamentos itinerantes com os Cavaleiros de Jorge. Desejo poder trabalhar sempre mais com música, o que não é fácil, mas é muito bom. Quanto aos projetos novos: estou produzindo com Luzia Moraes dois CDs; um com Clifton Daves, um grande artista americano que tem muitas músicas gravadas, inclusive, por Michael Jackson, sendo o outro com valsas inéditas de Luiz Gonzaga, esse conta com a parceria do grande artista baiano Gereba. Mas meu olhar principal é pela divulgação do meu novo CD, espero que vocês gostem, qualquer coisa deixe mensagens no meu site idealizado pela Mônica Rocha, que me deu e que também serve de contato.

MAIS INFORMACÕES:

As fotos do artista foram retiradas em www.j-velloso.blog.uol.com.br
Para ouvir o artista acesse - www.myspace.com/jvelloso
Contato - luzia.ofa@gmail.com
Site - http://www.jvelloso.com/
http://www.biscoitofino.com.br/
Orkut – J.Velloso

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